sábado, 13 de novembro de 2010
Fonte: jornalwebminas.com.br

A organização do espaço brasileiro criou e perpetuou uma profunda desigualdade e foi orientada para privilegiar os interesses corporativos em detrimento das populações locais”. (SANTOS, 2005, P.63).

Uns dos exemplos reais que podem ser dados, baseado nos dizeres de Milton Santos, é a Ponte Estaiada e o Túnel Ayrton Senna. Na internet foi encontrado o seguinte anúncio: “Pontes estaiadas : uma união da tecnologia e da beleza”, tal ponte é sem duvida uma bela obra que demonstra o avanço da tecnologia no Brasil, que está entre os mais bonitos cartões postais da cidade de São Paulo e cenário para jornais locais transmitidos pela televisão. A obra liga diferentes realidades sociais e acaba não atendendo as necessidades dos menos privilegiados, tal fato pode ser provado através de um exemplo simples, como a proibição da circulação dos ônibus nestes espaços.
A Ponte Estaiada, está localizada em uma região nobre no bairro do Brooklin próximo ao Morumbi Zona Sul e coincidentemente ao lado da emissora Rede Globo, na Avenida Roberto Marinho (antiga Águas Espraiadas).
Através de uma conversa com um dos moradores mais antigos do Jardim Lourdes, da Região Americanópolis, onde este retrata que os moradores ficam muito preocupados quando ouvem falar sobre a continuação das obras na ponte, pois poderá ocorrer a desapropriação de inúmeras famílias de baixa renda. Os boatos de desapropriação são muito antigos. Mas cerca de dois anos atrás, as obras da Águas Espraiadas iriam passar pelo bairro Jardim Lourdes, o que iria mudar radicalmente todo o local, valorizando os imóveis que não seriam desapropriados. Porém de acordo com o morador, o projeto o projeto da obra mudou de uma hora para outra sem nenhuma explicação da Sub-Prefeitura do Jabaquara. O comentário atual é que agora a obra será nos bairro Vila Fachini, Parque Jabaquara, Vila do Encontro, Cidade Vargas e Cidade Leonor.
Ao passarmos pelas ruas desses bairros, podem ser vistas diversas placas nas casas com a seguinte frase : “DESAPROPRIAÇÃO NÃO!!!!! UNIDOS PARA IMPEDIR ESSA INJUSTIÇA SOCIAL.

Arte: Amanda Cavalcante

            Assim, sendo também moradora do bairro, Taylah Bertolini, diz : “nasci, vivi e cresci nele, não concordo com a mudança do projeto, pois desapropriar agora um bairro com casas de alto padrão será muito mais desgastante e injusto. Se desapropriassem as moradias precárias que se encontram no Jardim Lourdes e dessem a eles novas casas com maior infra estrutura acredito que o projeto valeria muito mais a pena, vale lembrar que no Jardim Lourdes existem muito mais terrenos sem moradias do que no bairro para onde o projeto foi transferido, no caso o gasto com desapropriação seria muito menos. E acima de tudo, estariam ajudando primeiro quem precisa e se encontra em situações precárias e depois estariam fazendo um projeto que ajudaria toda a cidade.
Então, o que parece ter sido um alívio aos moradores do bairro Jardim Lourdes, está se tornando um tormento para os moradores da Vila Fachini. Mas, até onde os moradores estão sabendo as obras foram adiadas, pois a verba que seria para o uso da mesma foi encaminhada para obras da linha do Metro – “diamante” que ligara a estação Jabaquara, aeroporto de Congonhas até o bairro do Morumbi.
Quando as obras irão começar? Ninguém sabe ao certo, pois o projeto pode mudar novamente e tudo irá depender dos interesses do governo e das empreiteiras, os quais tomam as decisões a respeito das transformações no espaço urbano.

 (**agradecimentos ao morador I. M. pela conversa)


Autor: Amanda Cavalcante, Gabriela Ricci e Taylah Bertolini





2 comentários:

Professor Oswaldo disse...

Bom texto, falta autoria!

Anônimo disse...

Tem muito sentido esse texto. Infelizmente, no Brasil, prevalece ainda a lei do mais forte. E depois tentam nos levar a acreditar que vivemos em uma "democracia". Pura balela. E muitas injustiças sociais ainda.

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Amanda Cavalcante de Oliveira, Elaine Fança, Gabriela Ricci dos Santos, Mileny de Paula de Araujo e Taylah Bertolini Marega, graduandas do curso de Pedagogia da UMESP (Universidade Metodista de São Paulo)
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